25/03/2025

AFA Lança Campanha Antirracista Antes de Brasil x Argentina, mas Reações Polêmicas nas Redes Sociais Geram Debate

O futebol, paixão que une multidões, enfrenta desafios significativos relacionados ao racismo e à discriminação. Recentemente, a Associação do Futebol Argentino (AFA) tomou uma iniciativa louvável ao lançar uma campanha antirracista antes do aguardado confronto entre Brasil e Argentina, em Buenos Aires. A mensagem, direcionada a todos os torcedores e à sociedade em geral, buscava conscientizar sobre a importância do respeito mútuo e da erradicação de atitudes preconceituosas nos estádios.

O técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, endossou a campanha, destacando sua esperança de que os fãs comparecessem ao El Monumental de Núñez com o intuito genuíno de apoiar suas equipes, independentemente das rivalidades históricas. Ele enfatizou que, em sua visão, o racismo não deveria ter espaço no futebol e que o foco deveria ser a celebração do esporte e da união entre os povos.

Entretanto, a nobre iniciativa da AFA encontrou obstáculos no ambiente digital. Nas redes sociais, especialmente na plataforma “X” (antigo Twitter), a publicação antirracista foi recebida com uma mistura de apoio e reações negativas. Enquanto diversos torcedores elogiaram a postura da AFA e reforçaram a necessidade de combater o racismo, outros responderam com imagens de macacos e até mensagens de teor nazista, evidenciando a profundidade do problema e a resistência de alguns segmentos em abandonar comportamentos discriminatórios.

Diante desse cenário preocupante e de outros incidentes recentes envolvendo atos racistas no futebol sul-americano, a Conmebol anunciou a realização de uma reunião de alto nível para o dia 27 de março de 2025. O encontro contará com a participação de embaixadores dos governos dos países membros e representantes das associações filiadas, com o objetivo de discutir e implementar medidas concretas para combater o racismo, a discriminação e a violência nos estádios. Essa iniciativa reforça o compromisso da entidade em promover um ambiente esportivo mais inclusivo e seguro para todos.

É relevante mencionar que, em 2022, a Conmebol já havia lançado a campanha “Basta de Racismo!” e alterado seu Código Disciplinar para ampliar as sanções contra atos discriminatórios. As penalidades passaram a incluir suspensões mínimas de cinco jogos para jogadores ou oficiais envolvidos em incidentes racistas e multas substanciais para clubes cujos torcedores cometam tais infrações.

Apesar dessas medidas, a persistência de comportamentos racistas evidencia a necessidade de ações contínuas e reforçadas. A recente declaração infeliz do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, comparando a ausência de times brasileiros na Libertadores a “Tarzan sem Chita”, também gerou controvérsias e destacou a importância de uma postura mais firme e consciente por parte das lideranças do futebol.

O combate ao racismo no futebol exige um esforço conjunto de entidades esportivas, governos, clubes e torcedores. Campanhas de conscientização, como a promovida pela AFA, são fundamentais, mas devem ser acompanhadas de ações práticas e punições rigorosas para aqueles que insistem em perpetuar a discriminação. Somente com uma abordagem integrada e comprometida será possível transformar os estádios em espaços verdadeiramente inclusivos, onde a paixão pelo esporte seja celebrada sem espaço para o preconceito.